Em 1974 Angela fez uma viagem aos Andes que marcou sua vida. O contraste entre a ingenuidade da adolescência vivida no interior de Minas com o período repressivo da ditadura militar foi enorme. Após terminar o curso de História na Universidade, ela viveu em Ouro Preto , cidade polo cultural no período, conviveu com artistas em um ambiente de descobertas e experimentos extremamente ricos. Os jovens de então eram politizados e sonhavam mudar os rumos da sociedade. A ideologia era o grande motor das ações. Num ambiente efervescente, a juventude sonhava encontrar a forma certa, justa e verdadeira de vida. E foi esse sonho que levou muitos jovens a procurar conhecer de perto os povos que preservavam costumes ancestrais, ainda não contaminados pelo consumismo do capitalismo.Daí a busca pelas culturas antigas, orientais e indígenas. Também Angela partiu com uma mochila às costas, rumo à terra onde havia florescido o grande Império Inca, a Bolívia e o Peru. A cultura Inca sobrevivente à conquista foi marcante em sua vida e isso transparece nas páginas deste livro, além do pensamento, das buscas e sonhos da juventude dos anos 70. Como ela é uma contadora de histórias, contou essa história baseada em fatos reais, mas quem conta um ponto... aumenta um ponto.
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